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Entre 2010 e 2016, o número de mulheres americanas que congelaram seus óvulos disparou 880%, impulsionado pela retirada do rótulo de experimental do procedimento pela Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva, em 2012.

O congelamento de óvulos pode oferecer uma grande oportunidade, mas não é uma apólice de seguro à prova de falhas contra a infertilidade relacionada à idade.

Para ajudar as mulheres a decidir se esse tratamento é adequado para elas, é necessário clareza sobre os riscos, taxas de sucesso e outros fatores físicos, emocionais e financeiros.

Por que as pessoas congelam seus óvulos?

O congelamento percorreu um longo caminho desde a década de 1980. O que começou como um procedimento para mulheres submetidas a tratamentos médicos que comprometem a fertilidade – tratamento de câncer, por exemplo – agora  teve sua função ressignificada e está sendo empregado como uma  espécie de “apólice de seguro” de gravidez da mulher moderna.

“À medida que as mulheres envelhecem, tanto o número quanto a qualidade de seus óvulos diminuem – e com isso suas chances de engravidar. O congelamento de óvulos  é o tratamento de  preservação da fertilidade feito por mulheres que desejam postergar a maternidade, mas sem fechar as portas para formar uma família no futuro”, afirma a  especialista em Reprodução Humana, Ana Elisabete Dutra, diretora da Ciclos Medicina Reprodutiva. 

Por que o tratamento está aumentando?

Apesar das recentes melhorias em sua tecnologia e de não ser mais considerado um tratamento experimental, o congelamento de óvulos continua sendo um procedimento caro que não pode garantir um filho no futuro.

É uma aposta emocional e financeira, mas para muitas  mulheres também é uma oportunidade de ganhar mais controle de suas vidas. O congelamento de óvulos pode proporcionar mais liberdade de escolha para as mulheres. “O controle da natalidade deu às mulheres a escolha de ter ou não um bebê. O congelamento de óvulos pode dar a elas a escolha de quando ter um”, diz Ana Elisabete Dutra.

O relatório mais recente da Autoridade Inglesa de Fertilização Humana e Embriologia (HFEA) mostra uma mudança na forma como o congelamento de óvulos tem sido usado na última década:

  • As transferências de óvulos congelados aumentaram 86% de 2014 a 2019;
  • O uso de congelamento de óvulos aumentou dez vezes nos últimos 10 anos, passando de 230 para 2.400 procedimentos anuais de 2009 a 2019.

O que antes era usado quase exclusivamente por razões médicas – por exemplo, por homens transgênero antes de tratamentos de transição de gênero ou por mulheres com histórico familiar de menopausa precoce – agora é uma opção para muito mais pessoas, por uma gama mais ampla de motivações.

Há uma combinação dos seguintes fatores que  está contribuindo para o aumento da popularidade do congelamento de óvulos:

  • Nos últimos 10 a 15 anos, a tecnologia de congelamento de óvulos melhorou as taxas de sucesso;
  • As mulheres estão lendo e ouvindo mais sobre o “relógio biológico feminino”, ou sobre como elas nascem com um número finito de óvulos que só diminui até a menopausa. Sabendo disso, mais mulheres estão sendo proativas em suas escolhas de fertilidade;
  • Há uma mudança cultural em que mais mulheres estão entrando na faixa etária dos trinta anos antes de decidir se querem filhos.

Congelamento social 

Um número crescente de mulheres que congelam óvulos é motivado pela necessidade de mais tempo. Especificamente, mais tempo na  faixa etária dos trinta anos – quando sua fertilidade começa a diminuir – para estabelecer suas carreiras, garantir estabilidade financeira, encontrar o parceiro certo ou simplesmente desfrutar da liberdade de não ter filhos por mais algum tempo.

Esses tipos de razões – influenciadas pela cultura, sociedade e economia – foram rotuladas como “congelamento social de óvulos”.

“Com mais pessoas considerando o congelamento de óvulos, é importante que todas as mulheres tenham a oportunidade de avaliar os riscos do procedimento e as chances de ter um bebê no futuro empregando o material criopreservado”, observa a diretora da Ciclos Medicina Reprodutiva.

As taxas de sucesso

Mulheres  com a mesma idade podem ter um número diferente de óvulos. E esses óvulos podem variar em qualidade. No entanto, os especialistas em Reprodução Assistida podem calcular as taxas médias de sucesso do congelamento de óvulos para a população em geral com base em:

  • A idade que você tinha quando seus óvulos foram congelados;
  • Quantos óvulos foram congelados e descongelados com sucesso.

“Na prática, quanto mais cedo você congelar seus óvulos, melhor. De um modo geral, se você congelar pelo menos 20 óvulos antes dos 38 anos, os dados mostram que você tem cerca de 70% de chance de  ter um bebê no futuro. E às vezes, até mais de um”, informa Ana Elisabete Dutra.

“E não importa o quão bem você pesquise as taxas de sucesso, tentar engravidar de seus óvulos congelados envolve esperança e emoção. Quando não funciona, pode ser muito difícil. É importante ter apoio, seja de um parceiro, familiar ou amigo”, observa a especialista em Reprodução Assistida. 

O congelamento é seguro?

O congelamento é considerado um procedimento seguro. As mulheres que congelaram seus óvulos não apresentam probabilidade maior de desenvolver problemas de saúde do que aquelas que engravidaram naturalmente.

No entanto, como em todos os tratamentos de fertilidade, existem alguns riscos:

  • Efeitos colaterais leves dos medicamentos de estimulação dos ovários usados no congelamento de óvulos, como por exemplo, dores de cabeça, ondas de calor, sensação de inquietação e mudanças de humor;
  • Efeitos colaterais graves dos medicamentos. A síndrome de hiperestimulação ovariana é muito rara e  geralmente tratável, mas até três pessoas em cada 100 apresentam  o problema com risco de vida. Os sintomas da Síndrome de Hiperestimulação Ovariana são: desconforto, inchaço abdominal, náuseas e vômitos, mal-estar, sensação de desmaio e falta de ar;
  • Complicações na captação dos óvulos. Em raras ocasiões, o procedimento pode causar infecção, sangramento ou danos à bexiga ou intestino. 

Outros aspectos a considerar no congelamento

Riscos da gravidez tardia

Muitas mulheres que optam pelo congelamento de óvulos para adiar a gravidez até o final dos 30 anos e, às vezes, início dos 40, precisam ser informadas que a idade interfere no processo de gestação. “Quanto maior a idade, maior o risco de complicações obstétricas,  incluindo hipertensão gestacional ou pré-eclâmpsia, diabetes gestacional e parto prematuro. Embora engravidar de óvulos previamente congelados não aumente esses riscos,  também não os reduz”, alerta Ana Elisabete Dutra.

Nascimentos múltiplos

Enquanto gêmeos concebidos naturalmente representam 2% da população, 43% dos bebês nascidos como resultado dos tratamentos de fertilidade são gêmeos – e 3% são trigêmeos ou quádruplos, quíntuplos… Existem considerações de saúde importantes para nascimentos múltiplos:

  • Complicações na gravidez são duas vezes mais prováveis – pré-eclâmpsia, por exemplo, uma condição perigosa;
  • Quase 60% dos gêmeos e 90% dos trigêmeos nascem antes do tempo – nascimentos prematuros podem ser fatais para os bebês ou podem resultar em deficiências físicas ou mentais de longo prazo.
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