Recentemente, o cantor Zé Vaqueiro passou por uma vasectomia, um procedimento cada vez mais comum entre os homens que desejam evitar a paternidade de forma definitiva.
No entanto, muitos que optam por essa cirurgia podem, em algum momento, reconsiderar essa decisão. Para esses casos, a reversão da vasectomia surge como uma alternativa viável.
Mas como funciona esse procedimento? Quais são as chances de sucesso? E quando a fertilização in vitro (FIV) pode ser a melhor opção? Vamos esclarecer essas questões a seguir.
O que é a reversão da vasectomia?
“A reversão da vasectomia é um procedimento cirúrgico que reconecta os ductos deferentes, permitindo a passagem dos espermatozoides de volta ao sêmen. Dessa forma, o homem pode recuperar sua fertilidade e ter a possibilidade de uma gravidez natural com sua parceira”, afirma o especialista em Reprodução Assistida, Luiz Bruno Cavalcanti, diretor da Ciclart Medicina Reprodutiva.
Quando a reversão é indicada?
O procedimento é indicado para homens que, após realizarem a vasectomia, desejam aumentar ou formar uma nova família. As principais situações que levam um homem a considerar a reversão incluem:
- Novo casamento ou relação em que a parceira deseja engravidar;
- Arrependimento após a vasectomia;
- Perda de um filho e desejo de nova gestação;
- Mudanças pessoais ou profissionais que permitam a chegada de um novo bebê.
Como é feita a cirurgia?
A reversão da vasectomia é realizada com o auxílio de microscopia cirúrgica, pois exige alta precisão para reconectar os ductos deferentes. O procedimento ocorre sob anestesia geral e pode ser feito por duas técnicas principais:
- Vasovasostomia: quando há fluxo de espermatozoides na porção do ducto deferente próxima ao testículo, permitindo uma simples reconexão;
- Vasoepididimostomia: indicada durante a reversão de vasectomia quando há obstrução no epidídimo, geralmente identificada intraoperatoriamente pela ausência de espermatozoides no fluido do ducto deferente proximal. É realizada uma reconstrução mais complexa em outro ponto do epidídimo.
O tempo da cirurgia varia entre 90 e 120 minutos e o paciente pode necessitar de internação de um a dois dias.
Quem é o paciente ideal para a reversão da vasectomia?
A taxa de sucesso da reversão depende de diversos fatores, sendo os principais:
- Tempo decorrido desde a vasectomia (quanto menor o intervalo, maiores as chances de sucesso);
- Ausência de complicações pós-vasectomia, como fibroses ou lesões testiculares;
- Boa qualidade espermática após a cirurgia.
Riscos e pós-operatório
“Embora seja um procedimento seguro, a reversão da vasectomia envolve alguns riscos, como infecção, hematomas e formação de fibroses que podem comprometer a recanalização dos ductos”, afirma o diretor da Ciclart Medicina Reprodutiva.
O pós-operatório inclui:
- Repouso relativo por 3 dias;
- Evitar esforços e dirigir por pelo menos 2 semanas;
- Suspensão de atividades físicas por 1 mês;
- Uso de suporte escrotal para reduzir desconforto.
A liberação para relações sexuais ocorre após cerca de 4 semanas.
Como engravidar a parceira após a reversão da vasectomia?
Caso a reversão seja bem-sucedida, o casal pode tentar uma gravidez natural. No entanto, caso a quantidade ou qualidade espermática não seja suficiente, a fertilização in vitro (FIV) pode ser uma excelente alternativa.
“Nesse caso, os espermatozoides são coletados diretamente dos testículos e injetados nos óvulos da parceira por meio da injeção intracitoplasmática de espermatozoides (ICSI)”, diz o especialista em Reprodução Assistida, Luiz Bruno Cavalcanti.
Conclusão
A reversão da vasectomia é uma opção viável para homens que desejam recuperar sua fertilidade. No entanto, a decisão deve ser tomada com base em uma avaliação detalhada com um especialista em reprodução humana. Para aqueles que não desejam ou não podem passar pelo procedimento, a FIV surge como uma alternativa eficaz para concretizar o sonho da paternidade.