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    O congelamento de embriões, como parte da fertilização in vitro (FIV), virou  assunto polêmico  depois de um problema jurídico no Alabama, nos EUA.

    A ação judicial foi movida por três casais contra uma clínica de reprodução que destruiu acidentalmente seus embriões congelados. Os casais pagavam para manter embriões congelados e armazenados após já terem tido nascimentos saudáveis. Em 2020, porém, um paciente entrou no local, deixou cair o material genético dos outros clientes e destruiu os embriões congelados.

    O Supremo Tribunal do Estado decidiu, neste ano, que tais embriões “deveriam ser considerados crianças”, expondo as clínicas a alegações de homicídio culposo no caso de serem destruídos no processo de descongelamento. O paciente que causou o incidente  foi responsabilizado por homicídio culposo, pois a proteção ao nascituro é estendida aos embriões. 

    Nos EUA, só em 2021, mais de 80% dos procedimentos de fertilização in vitro (FIV) envolveram a transferência de embriões congelados. De acordo com especialistas em fertilidade, minar a utilização de embriões congelados introduziria muitas incertezas, atrasos e possíveis despesas adicionais para os pacientes que precisam fazer uso das técnicas de Reprodução Humana Assistida.

     

    Como o congelamento de embriões é usado na FIV?

    A fertilização in vitro (FIV) usa hormônios para estimular os ovários a produzirem o maior número possível de óvulos. Uma vez extraídos os óvulos, os mais maduros são selecionados para fertilização com espermatozoides.

    Nos cinco a seis dias seguintes, os óvulos fertilizados saudáveis transformam-se em blastocistos – a fase inicial do embrião – contendo cerca de 100 a 200 células. Os blastocistos podem ser transferidos para o útero ou congelados para serem descongelados para uso posterior.

    Após a transferência para o útero, se tudo correr bem, o blastocisto se implanta na cavidade endometrial e continua a crescer. “Normalmente, se 20 óvulos forem recuperados após a estimulação ovariana, cerca de 16 estarão maduros, cerca de 12 deles serão fertilizados quando combinados com espermatozoides e talvez seis se transformarão em blastocistos saudáveis com bom potencial de implantação, resultando em uma gravidez bem-sucedida. É o que chamamos de funil da reprodução humana”, explica a especialista em Reprodução Humana, Ana Elisabete Dutra, diretora da Ciclos Medicina Reprodutiva.  

    Quais são os benefícios do emprego de embriões congelados?

    Para algumas pacientes, o congelamento de embriões, antes da transferência para o útero, tem maior probabilidade de levar a uma implantação bem-sucedida, dependendo da idade, da saúde subjacente ou dos níveis hormonais.

    A pausa entre a coleta do óvulo e a formação e o congelamento do embrião permite que os níveis hormonais do corpo se normalizem após a estimulação ovariana. O procedimento também reduz o risco de síndrome de hiperestimulação ovariana.

    “As gestações de gêmeos ou trigêmeos eram mais comuns antes do congelamento dos embriões, pois os médicos transferiam mais de um embrião por vez para aumentar as chances de uma gravidez bem-sucedida”, explica a médica.

    O congelamento de embriões também permite que os pacientes preservem a fertilidade antes da quimioterapia ou de outros tratamentos que possam danificar os órgãos reprodutivos.

    “A triagem genética de embriões, antes da transferência, só é possível devido ao congelamento porque pode levar várias semanas para sabermos os resultados. O recurso é frequentemente empregado quando há histórico de abortos recorrentes, falhas anteriores de fertilização in vitro, idade materna superior a 35 anos ou histórico familiar de doenças genéticas”, diz a diretora da Ciclos Medicina Reprodutiva.

    Existe a possibilidade de o congelamento de embriões ficar indisponível nos EUA?

    Devido a essa decisão jurídica polêmica existe o receio de que medidas restritivas contra as técnicas de Reprodução Humana Assistida possam ser adotadas por lá. A perda da opção de congelar embriões para uso posterior representaria um revés significativo para a área.

    “A transferência de um único embrião saudável  é a melhor forma de promover o nascimento de uma criança após a fertilização in vitro, por isso é pouco provável que as clínicas retornem à prática de transferir múltiplos embriões”, afirma Ana Elisabete Dutra.

    A opção seria o congelamento de óvulos em vez de embriões, mas essa abordagem tem mais limitações. A viabilidade dos óvulos não está clara até que eles sejam descongelados individualmente e a fertilização in vitro seja tentada, o que cria um potencial para transferências menor que o dos embriões.

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