A endometriose afeta milhões de mulheres em idade reprodutiva no Brasil e no mundo. Estima-se que cerca de 10% das mulheres nessa fase da vida tenham a doença, que pode causar dores intensas, cólicas incapacitantes e até infertilidade.
Março é o Mês Mundial de Conscientização sobre a Endometriose, um período essencial para ampliar o conhecimento sobre a doença e incentivar diagnósticos precoces.
Neste artigo, abordaremos os principais aspectos da endometriose, desde seus sintomas até suas implicações na fertilidade e os tratamentos disponíveis.
O que é a endometriose?
“A endometriose é uma condição caracterizada pelo crescimento de tecido semelhante ao endométrio – camada interna do útero – fora do útero, afetando órgãos como ovários, tubas, intestino e bexiga”, explica a especialista em Reprodução Humana, Ana Elisabete Dutra, diretora da Ciclart Medicina Reprodutiva. Esse crescimento provoca inflamação e pode causar dores intensas e outros sintomas debilitantes.
Como diagnosticar a endometriose?
O diagnóstico da endometriose pode ser um desafio, pois os sintomas se confundem com outras condições ginecológicas e gastrointestinais. Os principais métodos de diagnóstico incluem:
- Avaliação clínica: análise dos sintomas e histórico da paciente;
- Ultrassonografia transvaginal com preparo intestinal: exame que pode identificar lesões de endometriose profunda;
- Ressonância magnética: exame detalhado para detectar implantes endometrióticos;
- Laparoscopia diagnóstica: cirurgia minimamente invasiva que permite visualizar e biopsiar os focos da doença.
O diagnóstico precoce é essencial para minimizar os impactos da endometriose na qualidade de vida e na fertilidade da paciente.
Como tratar a endometriose?
O tratamento da endometriose varia conforme a gravidade dos sintomas e o desejo reprodutivo da paciente. As principais abordagens incluem:
- Tratamento medicamentoso: uso de anti-inflamatórios, anticoncepcionais ou terapias hormonais para controlar o crescimento do tecido endometrial e reduzir a inflamação;
- Cirurgia laparoscópica: remoção dos focos de endometriose, indicada para casos mais graves ou quando há impacto na fertilidade;
- Abordagem multidisciplinar: acompanhamento com fisioterapeutas pélvicos, nutricionistas e psicólogos para manejo da dor e melhora da qualidade de vida.
Endometriose e infertilidade
“A endometriose é uma das principais causas de infertilidade feminina, afetando cerca de 40% das mulheres com a doença”, afirma a diretora da Ciclart Medicina Reprodutiva. Os mecanismos que levam à infertilidade incluem:
- Aderências e obstrução tubária: dificultam o encontro do óvulo com o espermatozoide.
- Alterações na qualidade dos óvulos: inflamações causadas pela endometriose podem comprometer a reserva ovariana.
- Ambiente inflamatório: afeta a receptividade uterina para a implantação do embrião.
Endometriose e congelamento de óvulos
Para mulheres diagnosticadas com endometriose que desejam preservar a fertilidade, o congelamento de óvulos pode ser uma excelente estratégia. “O procedimento é indicado principalmente para pacientes com endometriose ovariana (endometriomas) ou que precisarão de cirurgia nos ovários, já que a reserva ovariana pode ser afetada ao longo do tempo”, diz Ana Elisabete Dutra.
Endometriose e Fertilização in Vitro (FIV)
Para muitas mulheres com endometriose, a Fertilização in Vitro (FIV) se torna a melhor opção para engravidar.O tratamento permite a obtenção de óvulos, a fertilização em laboratório e a transferência do embrião diretamente para o útero, superando barreiras anatômicas e inflamatórias impostas pela doença.
Conclusão
A endometriose é uma condição crônica que pode afetar profundamente a vida da mulher, mas com diagnóstico precoce e tratamento adequado, é possível controlar os sintomas e preservar a fertilidade. O acompanhamento médico especializado é fundamental para garantir a melhor abordagem terapêutica e melhorar a qualidade de vida da paciente.
Se você suspeita que tem endometriose ou está enfrentando dificuldades para engravidar, agende sua consulta na Ciclart Medicina Reprodutiva. A informação é uma grande aliada na jornada pela saúde reprodutiva e bem-estar.